quinta-feira, 22 de março de 2012

DIALÉTICA DAS CONSCIÊNCIAS


DIALÉTICA DAS CONSCIÊNCIAS

No cerne do mundo
está a exposição de Entes.

Nessa massa original,
o informe individual,
aprende,
educa-se
e desenvolve-se.

A forma aparece
na moldagem da inteligência.

A transição dialogante entre os homens,
acontece
no exterior e nos desafios da Natureza.

Entre o Ser, o Outro e os demais universos
– tangíveis e intangíveis –
há um nexo indissociável.

E,
resultante dum processo de auto-afirmação,
o Eu existe pelo confronto.

Mas a Consciência apenas evolui no respeito!

Vicente Ferreira da Silva
in Metafísica [Poética]

terça-feira, 20 de março de 2012

(DES)CONHECIMENTO


(DES)CONHECIMENTO

Nós não conhecemos o ser das coisas.
Deciframos o mecanismo
mas ignoramos a razão.

Nós não nos conhecemos!

Então,
deveremos ousar
desvendar
os criptogramas
do infinitamente grande
e do infinitamente pequeno?

Não é verdade
que ainda nos desconhecemos?
Não é verdade
que ainda desconhecemos
o ser das coisas?

Sem conhecer, seremos infinito?

Vicente Ferreira da Silva,
em Metafísica [Poética]

sábado, 17 de março de 2012

MEDITAÇÃO SOBRE A MORTE (II)



MEDITAÇÃO SOBRE A MORTE (II)

O Universo não é infinito.
O Homem também não.

A morte é uma passagem
para um período de tempo maior
no todo finito do Universo.

Mas neste ou no próximo é igual.
Todo o tempo é temporário.

Vicente Ferreira da Silva
in Metafísica [Poética]


quarta-feira, 14 de março de 2012

E quando a tempestade tiver passado



"E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa: Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.”

Haruki Murakami

terça-feira, 13 de março de 2012

OUTONO


OUTONO

...e vem o outono.

Com o outono fogem, módulos,os pássaros
chega a penumbra, o sonho.
Nas folhas outonais há todo um arco-íris
merencório,
opalescente.
Um arco-íris de crepúsculos
sussurantes, madrugadas rarefeitas,
um arco-íris de saudade.

Cai a primeira folha,
- primeira gota d'água
transbordando cachoeiras
de folhas multicores
no leito das estradas.

Caminho
de árvores, que dizem o primeiro
adeus
as verdes folhas ainda banhadas pelo sol
do passado estio.

Cai a folha
transformada em dançarina
pela orquestração do vento.

E rodopiam as bailarinas
no cromatismo da música outonal.

Nair Baptista Schoueri
In A Pedra e o Ser

domingo, 11 de março de 2012

RetribuiR


RetribuiR

Cada incursão ao desconhecido
é um passo no sentido
da mortalidade
e de nada ser na humanidade.

O atrevimento constante
leva-nos à nossa exiguidade
e impele-nos a persistir
na procura do pleno.

E o que nasce singular
deve tornar-se conexo.
Porque só realmente somos
quando somos solitários com outros.

Entidade exponencial?

Sim!
A plenitude alcança-se
quando submergidos na confluência
destes vastos universos de sensuais sensações.

A Luz do poema, ou
Ao fundo do jardim, ou
O mar atinge-nos, ou
A luz do voo. Ou …

Muitos mais há.
E que belos são!

Mas estes crescem em mim.


Vicente Ferreira da Silva