sexta-feira, 3 de outubro de 2014

CAVALGADA


 Meu sangue corre como um rio 
num grande galope, 
num ritmo bravio, 
para onde acena a tua mão.

Pelas suas ondas revoltas, 
seguem desesperadamente 
todas as minhas estrelas soltas, 
com a máxima cintilação.

Ouve, no tumulto sombrio, 
passar a torrente fantástica! 
E, na luta da luz com as trevas, 
todos os sonhos que me levas, 
dize, ao menos, para onde vão!

Cecilia Meireles,
in Viagem

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