sábado, 20 de outubro de 2012

EM MÃOS FECHADAS..



Em mãos fechadas
quis preservar o infinito
elas não se abriram
continham uma vida sem além
cerrada sobre o finito.
Soluça o engano
lágrimas tão desatinadas
escorrendo na face do nada.
Nada disse. O que diria
à surdez de um destino?
Lívida parada fiquei
e lentamente me afastei
como se apaga o som de um sino.

Dora Ferreira da Silva,
in Cartografia do Imaginário (poemas)

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