Porque hei sofrido tantos golpes rudes,
Às vezes penso que outra vida existe,
Para ficar mais cético e mais triste
Com o meu destino de vicissitudes.
Nem sofrendo, às celestes amplitudes
Hei de ascender à altura que atingiste,
Por não poder, na prova que me assiste,
Aos meus erros opor tuas virtudes.
Assim temo, a evocar-te a imagem linda,
Que após a morte, venha a eternidade
Esta separação tornar infinda...
E, então, o sentimento que me invade,
Sem a esperança de te ver ainda,
É dor eterna, não é mais saudade.
Da Costa e Silva
quinta-feira, 24 de maio de 2012
A GRANDE DÚVIDA
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