Essa voz interior, que sempre ouvimos,
Ainda dizer não pode o que nós somos:
Tudo o que em vão pensamos e sentimos
É a antítese talvez do que supomos.
No seio panteísta de onde vimos,
Árvores – mães de flores e de pomos,
Arbustos e ervaçais, musgos e limos,
Tem o mesmo poder do que dispomos.
Não logramos saber quanto sabemos:
Névoas volúveis, ilusórios fumos,
São as idéias que de tudo temos.
Vindos da mesma essência, do mesmo húmus,
Vivemos de contrastes e de extremos
Sem ter destino, por incertos rumos ...
Da Costa e Silva
in Poesias Completas
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