domingo, 12 de agosto de 2012

O MEU SILÊNCIO




O meu silêncio é feito de erradias
e pálidas visões crepusculares.
Estranhos vultos rezam litanias
por entre velhas pedras tumulares.

Há mãos que não conheço, mortas, frias,
de leve acarinhando os meus sonhares.
Pelo ar se formam lentas melodias.
Cantam meus devaneios, meus penares...

Em tudo uma paz vaga de canteiros
me traz perfumes da perdida infância:
noites de sortilégios, jasmineiros...

Meu pobre e triste ser se perde em ânsia...
Ó tempos idos, sois como veleiros
aos poucos se perdendo na distância...

Helio Pellegrino
In Minérios Domados


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