Ouço a poesia que me chama.
São vozes que passam numa estrada
Agitando lembranças
Que não moravam na lembrança.
Ouço a poesia que me acena.
E vejo alguém, um vulto ao longe,
Dançando.Quem dançará para os meus olhos,
já fatigados e desertos?
Quem dança assim, na noite ardente?
Ó corpo em flor, que o vento em música mudado
Como uma rosa despetala.
Quem canta, assim, na noite rouca?
Quem canta, assim , o amor do mundo celebrando?
Ouço a poesia que me acena!
É efêmero, é o amor da terra,
É o barro, é o limo,
É a forma frágil e mentirosa.
É o seio em flor,
É o cheiro quente,
É a juventude fugitiva,
É o que a poesia transfigura,
É o amor do mundo,
É o grande engano
Que dança
Ouço a poesia que me chama
E me dá a noite,
A noite cálida e exaltada,
Envenenada pela música,
A noite cheia de desejos
Que, como um corpo, se oferece.
Augusto Frederico Schmidt
In ‘Um Século de Poesia’
São vozes que passam numa estrada
Agitando lembranças
Que não moravam na lembrança.
Ouço a poesia que me acena.
E vejo alguém, um vulto ao longe,
Dançando.Quem dançará para os meus olhos,
já fatigados e desertos?
Quem dança assim, na noite ardente?
Ó corpo em flor, que o vento em música mudado
Como uma rosa despetala.
Quem canta, assim, na noite rouca?
Quem canta, assim , o amor do mundo celebrando?
Ouço a poesia que me acena!
É efêmero, é o amor da terra,
É o barro, é o limo,
É a forma frágil e mentirosa.
É o seio em flor,
É o cheiro quente,
É a juventude fugitiva,
É o que a poesia transfigura,
É o amor do mundo,
É o grande engano
Que dança
Ouço a poesia que me chama
E me dá a noite,
A noite cálida e exaltada,
Envenenada pela música,
A noite cheia de desejos
Que, como um corpo, se oferece.
Augusto Frederico Schmidt
In ‘Um Século de Poesia’