Por sobre as ramas da árvore coleia
A lagarta. E a colear, viscosa e lenta,
O seu aspecto as vistas afugenta
E de tocá-la a gente se arreceia.
Verde-negra, amarela, azul, cinzenta,
Quando o sol as folhagens incendeia,
Sobe a aquecer-se, e à luz solar, aumenta
O asco de vê-la repulsiva e feia.
Mas eis que a encerra do casulo a tumba;
Não penseis que, de todo, ela sucumba
No seu sepulcro eternamente presa.
Qual, do corpo, alma livre, desprendida,
È borboleta: evola-se a outra vida,
Voando feliz, na glória da beleza.
Bastos Tigres
Antologia Poética
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