sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A LAGARTA



Por sobre as ramas da árvore coleia
A lagarta. E a colear, viscosa e lenta,
O seu aspecto as vistas afugenta
E de tocá-la a gente se arreceia.

Verde-negra, amarela, azul, cinzenta, 
Quando o sol as folhagens incendeia,
Sobe a aquecer-se, e à luz solar, aumenta 
O asco de vê-la repulsiva e feia. 

Mas eis que a encerra do casulo a tumba;
Não penseis que, de todo, ela sucumba 
No seu sepulcro eternamente presa.

Qual, do corpo, alma livre, desprendida,
È borboleta: evola-se a outra vida, 
Voando feliz, na glória da beleza.


Bastos Tigres
Antologia Poética

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