Olho a nobre palmeira, em cujo cimo, a fronde
Se agita a farfalhar; e, ora canta e assobia,
Ora esbraveja, em fúria, ou solta, de onde em onde,
Gemidos de uma atroz, lancinante agonia . . .
Que alma contraditória em teu cerne se esconde
Que te faz rir, alegre, ou suspirar, sombria?
E a palmeira imperial, humilde, me responde:
-Não sou eu! Quem me agita a fronde é a ventania!
Olho, agora, aos meus pés uma couve tronchuda
As folhas oscilando em leve movimento,
Para cá, para lá conforme o vento muda.
-Esta, digo eu, não tem prazer nem sofrimento!
E ela, abrindo num riso a face repolhuda,
Impa de orgulho e diz: - Sou eu quem faz o vento!
Bastos Tigres
Antologia Poética
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