Tenho que seguir,
Me espera na silenciosa e abandonada estrada
A pedra que me saudará em nome dos meus ancestrais.
No reencontro deixarei uma lágrima de promessa
E seguirei
Porque a árvore que dorme paciente nos séculos
Se agitará com a minha presença
Para recordar-me o vivo passado
Quando os meus pais eram ainda
Fios de raízes nos ventres maternos.
Tenho que seguir
Pois me espera na grande floresta úmida
A corça adolescente
Que repetirá na minha memória
O caminhar da minha reta.
E eu seguirei
Porque o rio me espera
Com a boca junto à terra
Para sugar-me
E depois caminharmos
Como águas cantantes e inquietas
No corpo do Universo.
Adalgida Nery
in Cantos da Angústia
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