quarta-feira, 27 de junho de 2012

METAMORFOSE


No combate entre o gelo e o fogo
A vida universal desdobra-se em ciclos
No espaço de mil séculos.
Tomamos consciência do cósmico,
Tentamos ligações com o espírito há muito abatido
E a alma afunda em dimensões pulverizadas.
Dá-se a recuperação das espécies rejeitadas,
O achado do perdido não procurado.
Do implacável e do flamejante
O universo não está terminado.
Há mutações silenciosas em cada instante que soçobra
E que só percebemos da metamorfose de mil em mil séculos.

Somos casulos pendurados nas folhas de árvores sem nome,
Casulos à espera da metamorfose cíclica do tempo.


Adalgisa Nery

In 'Erosão'

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