terça-feira, 23 de setembro de 2014

TARDE DE PRIMAVERA




No céu da tarde - revoada de andorinhas.
De que sala do espaço vês
a primavera e o calor dos peitos brandos?
Canta o silêncio além do ouvido
uma nuvem perpassa tules
por entre pássaros.
O amor se lembra: beijos foram dados -
colar de pérolas desprendidas
nenhuma delas foi perdida
e um coração pulsou mais forte.
Revoada de andorinhas no céu da tarde
arde a nuvem agora e se transmuta
em canção: pássaros escutam
Voa coração, para a distância
e lembra ao distante
esta presença feita de vida e dança:
o que foi e o que é na mesma trança.

Dora Ferreira da Silva
In Cartografia do Imaginário

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