terça-feira, 17 de julho de 2012

NOTURNO DO AMOR



Vem de manso...de leve...e suave e doce
Como um silêncio estático de prece...
Que a sua vida seja tal qual fosse
Apenas a saudade que me viesse...

Vem de manso...Na névoa da penumbra,
Faze um gesto litúrgico de benção!
A alta noite tristíssima deslumbra
Dos meus olhos nostálgicos, que pensam...

Sugere, mas não fales... Porque a frase
É vã, no amor...Mistério...Sonolência...
O esquecimento, quase...A morte, quase...
Intuições...Irrealismo...Inconsciência...


-Cecília Meireles-
In:"Mar absoluto" 

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