Sinto os mortos no frio das
violetas
E nesse grande vago que há na lua.
A terra fatalmente é um fantasma,
Ela que toda a morte em si embala.
Sei que canto a beira de um silêncio,
Sei que bailo em redor da suspensão,
E possuo em redor da impossessão.
Sei que passo em redor dos mortos mudos
E sei que trago em mim a minha morte.
Mas perdi o meu ser em tantos seres,
Tantas vezes morri a minha vida,
Tantas vezes beijei os meus fantasmas,
Tantas vezes não soube dos meus atos,
Que a morte será simples como ir
Do interior da casa para a rua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
in Poemas escolhidos
E nesse grande vago que há na lua.
A terra fatalmente é um fantasma,
Ela que toda a morte em si embala.
Sei que canto a beira de um silêncio,
Sei que bailo em redor da suspensão,
E possuo em redor da impossessão.
Sei que passo em redor dos mortos mudos
E sei que trago em mim a minha morte.
Mas perdi o meu ser em tantos seres,
Tantas vezes morri a minha vida,
Tantas vezes beijei os meus fantasmas,
Tantas vezes não soube dos meus atos,
Que a morte será simples como ir
Do interior da casa para a rua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
in Poemas escolhidos
Nossa, que profundo!! *-*
ResponderExcluirhttp://cappuccinoeaconta.blogspot.com.br/