quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DA POESIA



9.

Ó poesia,
flamboyant que em silêncio pomos
no espaço em que já não existe
nenhum flamboyantl !
Ela é a lágrima da lágrima
como um filete de água
na prenhez inocente das manhãs.
É o gesto de afastarmos as palavras ásperas
para que não ressuscitem no terceiro dia.
É a infantaria
dos diálogos perdidos.
Ou o lavor
da sobrecanção que vem pousar
nas praias, junto ao mar.


Artur Eduardo Benevides
(do livro Noturnos de Mucuripe & Poemas de Êxtase e Abismo,

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