Do mar, ao fundo, o sol, em misteriosa aurora,
Dos corais da Abissínia a floresta alumia,
Banhando, à profundez da tépida bacia
A fauna que floresce e a palpitante flora.
E tudo o que do oceano o iodo ou o sal colora
A anêmona marinha, as algas de haste esgula,
Põe suntuoso desenho em púrpura sombria
Na pedra verminosa onde o pólipo mora.
Amortecendo o brilho à retulgente escama,
Um grande peixe vaga entre a enlaçada rama;
Da água as ondas, em torno, indolente desfalda.
Mas súbito ele agita a barbatana ardente,
E à tona do cristal azulado e dormente,
Corre um rastilho de ouro e nácar e esmeralda!
Emílio de Menezes
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