Fruto,
depois de ser semente humilde e flor,
Na alta árvore nutriz da Vida amadureço.
Gozei, sofri, - vivi! Tenho no mesmo apreço
O que o gozo me deu e o que me deu a dor.
Venha o inverno, depois do outono benfeitor!
Feliz porque nasci, feliz porque envelheço,
Hei de ter no meu fim a glória do começo:
Não me verão chorar no dia em que me for.
Não me amedrontas, Morte! o teu apelo escuto,
Conto sem mágoa os sóis que me acercam de ti,
E sem tremer à porta ouço o teu passo astuto.
Leva-me! Após a luta, o sono me sorri:
Cairei, beijando o galho em que flui flor e fruto,
Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)
Na alta árvore nutriz da Vida amadureço.
Gozei, sofri, - vivi! Tenho no mesmo apreço
O que o gozo me deu e o que me deu a dor.
Venha o inverno, depois do outono benfeitor!
Feliz porque nasci, feliz porque envelheço,
Hei de ter no meu fim a glória do começo:
Não me verão chorar no dia em que me for.
Não me amedrontas, Morte! o teu apelo escuto,
Conto sem mágoa os sóis que me acercam de ti,
E sem tremer à porta ouço o teu passo astuto.
Leva-me! Após a luta, o sono me sorri:
Cairei, beijando o galho em que flui flor e fruto,
Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)
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