terça-feira, 1 de outubro de 2013

MEIO-DIA



Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.
O sol no alto, fundo, enorme, aberto,
Tornou o céu de todo o deus deserto.
A luz cai implacável como um castigo,
Não há fantasmas nem almas,
E o mar imenso, solitário e antigo,
Parece bater palmas.
 
 
Sophia de Mello Breyner Andresen
in Obra poética I
 

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