Na origem perdida de todas as coisas
foi que, para os olhos da Terra-menina
a ronda infinita começou:
a ronda infinita dos dias e noites! ...
Os dias cobertos de sedas e jóias,
as noites trazendo guirlandas de estrelas
entrelaçadas nos seios nus.
Os dias cantando cantigas frescas
cada um num ritmo diferente;
as noites cantando profundas baladas
cada uma em toada diferente;
os dias e as noites de mãos dadas
correndo na ponta dos pés nus ...
Na origem perdida de todas as coisas
foi que a ciranda começou ...
e a Terra, encantada, quedou-se olhando,
ficou perdida no sonho suave,
e nem sentiu, não reparou
que, enquanto a ronda ia passando,
o pássaro de ouro
que ela aprisionara
voou para longe, longe,
e não voltou ...
Tasso da Silveira
in Poemas
Nenhum comentário:
Postar um comentário