O vento assobia de frio
Nas ruas da minha cidade
Enquanto a rosa-dos-ventos
Eternamente despetala-se...
Invoco um tom quente e vivo
_ o lacre num envelope? -
e a névoa, então, de um outro século
no seu frio manto envolve-me
Sinto-me naquela antiga Londres
Onde eu queria ter andado
Nos tempos de Sherlock - o Lógico
E de Oscar - pobre Mágico...
Me lembro desse outro Mário
Entre as ruínas de Cartago,
Mas só me indago: - Aonde irão
Morar os nossos fantasmas?!
E o vento, que anda perdido
Nas ruas novas da Cidade,
Ainda procura, em vão,
Ler os antigos cartazes.
Mário Quintana,
in Apontamento de História Sobrenatural
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